SERTANEJO "MOBRAL"

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SEGUUUUUUUUUURA, PEÃO!


A música brasileira sempre se supera. Quando você acha que não tem mais pra piorar, ela piora.
A nova aberração é o estilo "sertanejo universitário", uma pobreza de dois ou três acordes com uma letra pra lustrar guampa. Se isso é mesmo fruto de ambiente universitário, então a nossa educação tá realmente atolada na merda. Pergunte a um daqueles apreciadores se ele conhece Chico Buarque, Rita Lee, Milton Nascimento, Elis Regina, Zé Cabaleiro, Caetano Veloso, João Bosco, algo mais elaborado...
FONTE: http://augustobier.blogspot.com/2010/04/seguuuuuuuuuura-peao.html


Sofisticação

Por: Zeca Baleiro


A ideia de sofisticação perpassa toda a vida moderna. Em tudo hoje há esse ideal de sofisticação.
 Quando o dono da casa de galetos a batiza de “Galeteria”, é sofisticação o que ele quer sugerir com esse nome. Que suburbano seria se pintasse na fachada “vende-se galetos”, não?

Também na seara da indústria cultural, há alguns pequenos truques de transformar o “simples” em “chique”. Quando a música dita sertaneja surgiu com toda força no final dos anos 80, seus ícones exibiam visual pop ou rock-n-roll. Não parecia ser mera coincidência a semelhança entre os cabelos de duplas como Chitãozinho e Xororó com os cabelos de Siouxsie and The Banshees e outras bandas new wave dessa década.

A diva caipira Inezita Barroso declarou, em recente entrevista, que o rótulo sertanejo foi adotado por conta da vergonha que as duplas tinham de assumir o termo “caipira”, mais genuíno, diz ela. “Sertanejo remete mais ao Nordeste que ao interior de São Paulo. Ninguém fala ‘vou pro sertão de Jundiaí!’’’. Grande Inezita!

Depois houve o tempo do forró universitário, febre que assolou o Brasil, especialmente São Paulo. Mais um truque previsível, afinal o forró estava para sempre associado à rudeza nordestina, era música de “baiano”, coisa de “paraíba”, não era música de bacana. Mas eis que um gênio marqueteiro qualquer (há muitos por aí), em sua oficina de truques geniais, deve ter pensado: “Se colarmos uma palavra chique
à palavra forró, hummm, deixe-me pensar: eureka! ‘Forró universitário’, claro!”.
Há poucos anos, com o surgimento de novas duplas, nem tão “sertanejas” assim, tomou-se emprestada a alcunha e assim surgiu o “sertanejo universitário”, nova febre musical que hoje domina a cena nos quatro cantos do País. Espera-se para breve o “pagode universitário”, a “gafieira acadêmica” e o “brega de vanguarda”, quem sabe.

FONTE:
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/4_ZECA+BALEIRO

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