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FOTO: Café Dias (João Pessoa-PB) |
É tarde, é cinza
Guia-me o desejo
Na via compro o prazer
Mas sou mendigo de beijo.
Ainda reina Momo
Feito um folião insano
Procuro uma dama
Cujos quentes ósculos
Meu frio sorriso já foi dono.
Esse ingênuo Pierrô
Num gélido viver
Buscando o amor
Mas cujo sentimento divinal
Inexiste em sodômica atmosfera
De orgias, vícios e carnaval.
Substituindo um beijo
Uma gelada Coca-cola
Nisso me fita rente uma vitrola
Gulosos olhos, vermelha boca
Como querendo me comer sem demora.
Entrego-me a esse baile de fantasias
Aqueço-me no fogo da Colombina
Mulher escondendo malícias
Em singelas curvas de menina.
De repente Mauna Loa; erupção
Deleite, delícia, sublime prazer carnal
Nossos corpos separados
Começa o inevitável final.
Traduzo enfim em “ramalhistas versos”
Duma melancólica canção minha dor:
Nossa relação acabasse assim
Como um caramelo que chegasse ao fim”.
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