Lembro-me que na noite de 13 de dezembro de 2006 na Praça Antenor
Navarro forrozeiros de verdade e apreciadores de uma das mais genuínas
culturas de nosso estado, se reuniram no Centro Histórico de João Pessoa
para comemorar o aniversário de Luiz Gonzaga. Uma frase de Pinto do
Acordeon, ele que é um dos afilhados e herdeiros culturais do “Mestre
Lula” (e autor de sucessos gravados por inúmeros artistas da Música
Popular Brasileira, como Fagner, Elba Ramalho e Genival Lacerda) me
chamou a atenção;
Pinto disse que naquela ocasião só tínhamos que comemorar o
aniversário de Luiz Gonzaga, porém, já sobre o forró não tínhamos muito
que festejar, pois o mesmo nasceu em Pernambuco, com o Rei do Baião,
Dominguinhos e tantos outros gênios e na Paraíba, com Jackson do
Pandeiro dentre outros nomes. Segundo o que disse o forrozeiro, o forró
teria morrido décadas depois no Ceará com Mastruz com Leite e tantas
outras bandas até chegar a coisas como Aviões do Forró e Garota Safada.
Na realidade o cantor e compositor de Conceição no Sertão Paraibano foi
feliz em sua observação, pois aos poucos a música que mais nos
representa em outras regiões do Brasil, se não morreu, está
descaracterizada. E o que nos enche de magoa é que até artistas como os
outrora poetas repentistas Nonato Costa e Nonato Neto, dupla que
atualmente prefere ser chamada apenas por “Os Nonatos” e tem um discurso
diferente do que o que tinha há não muito tempo no 5º Desafio
Nordestino de Cantadores onde em sextilha protestava:
“GRUPOS como o FALAMANSA
O Só Pra Contrariar
O Big Brother Brasil
Passar três meses no ar
Como é que a gente vê isso
E suportar sem reclamar?!”
Ora, Os Nonatos criticavam na época o FalaMansa e hoje abandonam as
violas e fazem um “forró” de uma qualidade bem aquém do feito pelo
FalaMansa, pois abusam dos teclados e guitarras em suas músicas.
Pois é, infelizmente nesse ano, onde comemoramos o Centenário do Rei
do Baião Luiz Gonzaga e seis anos depois do desabafo de Pinto do
Acordeon, ainda não temos muito com o que se alegrar, pois em troca de
um contrato pra tocar em festas juninas de prefeituras do interior
nordestino e pra tocar nas FM`s muitos artistas contrariam os
mandamentos do maior nome do forró de todos os tempo. É lamentável!!!